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Biorremediação com cânhamo


À medida que a população humana cresce, cresce também a necessidade de solos adequados à vegetação natural e de espaços para cultivar alimentos por métodos tradicionais; os processos industriais que são realizados atualmente e a dependência de combustíveis fósseis geraram contaminação em uma grande quantidade de solos, que se tornaram praticamente inutilizáveis.



Neste contexto, o campo da biorremediação torna-se vital. Biorremediação significa empregar o uso de seres vivos para a descontaminação e reabilitação dos ecossistemas. Vários organismos com capacidade de remediação surgiram neste campo, especialmente microorganismos, entretanto, na área de fitorremediação (do grego Phyto que significa "planta"), pode-se constatar que atualmente é liderada pelo cânhamo.

O cânhamo é um cultivo adequado para a remediação de solos contaminados, pois é uma planta capaz de eliminar quantidades significativas de contaminantes, armazenando-os principalmente em suas raízes. Adicionalmente, é um cultivo que se adapta facilmente a diferentes tipos de solo e condições climáticas.


A fitorremediação com cânhamo pode ser utilizada para eliminar elementos radioativos do solo e da água. Também pode ser utilizada para limpar metais, pesticidas, solventes, explosivos, petróleo cru, hidrocarbonetos poliaromáticos e toxinas que vazam dos aterros sanitários.


Há anedotas do uso do cânhamo para remediação do solo ao longo da história, uma das demonstrações mais dramáticas do potencial do cânhamo industrial foi em Chernobyl, após o histórico desastre nuclear de 1986 que lançou resíduos radioativos na Europa Oriental. Mais de 100.000 quilômetros quadrados da Rússia, Ucrânia e Belarus foram inundados com radiação, tornando estas terras inutilizáveis para a agricultura. No final dos anos 90, uma empresa chamada Phytotech começou a experimentar cânhamo industrial em algumas regiões ucranianas contaminadas, com resultados extremamente promissores.


Outro dos casos mais notáveis de cânhamo como biorremediador é relatado em um artigo publicado em setembro de 2012 no Applied Biochemistry and Biotechnology Journal, uma equipe de cinco pesquisadores na China relatou suas experiências bem-sucedidas com cânhamo para absorver o cádmio do solo. Se não for tratado, o cádmio no solo pode entrar na cadeia alimentar e o consumo pode causar fortes dores nas articulações e na coluna vertebral. Sabe-se inclusive que demasiada exposição ao cádmio afeta os rins e está vinculada ao câncer.


Embora o cânhamo, que tem sido utilizado para absorver poluentes do solo, não possa ser transformado em alimento ou medicamento após o uso em biorremediação, pode ser muito útil na produção de etanol para uso como biocombustível. Assim, ele completa um ciclo que vai desde tornar-se um descontaminante natural até fornecer-nos energia limpa.

O cânhamo tem cerca de 25.000 usos e é sem dúvida um dos cultivos mais versáteis e sustentáveis que existem. A pesquisa junto com a legalização global do cânhamo permitirá que mais países façam uso da ampla gama de benefícios deste generoso cultivo.


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